Fiz-me criança novamente. Aprovetei que, hoje, ganhei um presente do tempo e me dei o direito de só brincar...apenas viver do e para o lúdico.
Foi como no dia em que ganhei de meu pai os patins. Acordei e lá estava aquela caixa enorme no canto da cama. Hoje só não havia caixa, pelo menos não material. O embrulho estava na minha alma, no meu coração. Imagino que se meus pais me vissem hoje pela manhã veriam os mesmos olhos brilhantes de anos atrás...gritando de felicidade.
Assim como naquela ocasião em que logo calcei meus patins e sai pela varanda da casa cambeleando e riscando todo o chão de ardósia, desembrulhei meu presente e saltitei pelos cantos com ele apertado em meu ser. Fiquei leve, quase flutuei.
Há dias venho tentando me manter calmo e seguro de mim com alguns fatos que, assustadoramente, apareceram no meu caminho. Várias pedras que não convêm aqui serem evocadas. No início me desesperei, mas com o presente que recebi nesta manhã percebi que é simples o que tenho a fazer: Quando um pedregulho aparecer em meu caminho, basta eu desacelerar meu passo e pular esse obstáculo com toda tranquilidade do mundo... para que pressa? Eh! a supresa que me fizeram hoje foi a dádiva da paciência.